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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

50 ANOS DA CAMPANHA DA LEGALIDADE



... “As elites vigentes não gostam de comemorar a legalidade”...
Por Letícia Coelho
Parte II
Os estudantes contribuíram com o palestrante, demonstrando grande interesse através de questionamentos, que pacientemente foram respondidos pelo Sr. Lauro: O teria acontecido se não ocorresse a Campanha da Legalidade? Se caso não tivesse dado certo a legalidade?
“Nos teríamos fatalmente mergulhado numa luta fraticida, ou seja, seria uma guerra civil e o resultado não seria o que temos hoje. Devemos entender que oficiais militares, comandantes de tropas, decidiram ficar do lado da legalidade para que se fizesse cumprir a constituição.
Mais tarde, com o desenrolar dos capítulos da história brasileira, alguns políticos optaram pela transformação do processo político, aceitando, por exemplo, o parlamentarismo e, em seguida derrubando-o, através do plebiscito popular pelo qual se permitiu a volta do presidencialismo.” E complementa: “a legalidade deve ser entendia como um ato político, e não um ato militar, porque se fossem transformá-la em um ato militar nós teríamos perdido.. essa é a minha opinião.”
Outra pergunta que surgiu nesse passeio histórico foi respondida da seguinte maneira: “Se fomos prosseguindo na nossa vida política? Sim, o processo golpista no Brasil vem deste a eleição do Getúlio Vargas para presidente da república, sofremos uma cronologia golpista até 1964 com o golpe militar. Mas em 1954 começou o processo de golpismo, tudo em nome do poder! O Brasil era um país muito importante para ficar pendurado no meio, uns queriam que o país fosse pro lado dos norte americanos, outros almejavam a independência, cujo intuito era o Brasil não pender para lado nenhum. Então começou uma guerra surda e a legalidade, nessa cronologia, tem o seu papel. O poder no Brasil se divide em antes e depois do Getúlio.
Lauro afirmou que: “o Brasil não é um país independente... é um país querendo ser independente, mas ainda falta muito... estamos chegando hoje numa democracia política; está nos faltando a democracia econômica, é nessa que devemos insistir , os jovens devem batalhar por isso... igualdade de oportunidades para todos, não para um grupo pequeno. Todos os cidadãos teoricamente são iguais perante a lei ... só que têm uns mais iguais do que outros.”
Outro momento importante deve ser destacado: “Lembremos que o processo de comunicação foi fundamental para o êxito da legalidade. Sem a voz do rádio, a legalidade não teria o alcance que teve. O rádio foi usado como instrumento para aglutinar a população em defesa de uma ideia, se não fosse a rádio Guaíba da qual o Brizola habilmente conseguiu deixar fora do alcance do olhar militar a campanha não teria acontecido. Sem o campo da comunicação não teríamos chegado a lugar nenhum!”
E para finalizar esse relato, escrevo as palavras que realmente atualizam a Campanha da Legalidade: “...o que a legalidade pode significar hoje em dia? ...nós precisamos acabar com essa onde de roubalheira e a legalidade é um instrumento para isso. Botar isso em ação, botar essa tropa na cadeia, tirar fora de circulação, não pela força, mas politicamente... esse é um dos legados da legalidade, e nós temos que aproveitar isso. Por isso que as elites dirigentes não gostam de comemorar a legalidade porque induz a observância de exemplos dos quais não devem frutificar, que são perigosos. Vocês me entendem!”
Por enquanto, é isso! Lauro, obrigada pela oportunidade!

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Núcleo de Comunicação integra a ONG MOVIMENTAÇÃO – Pessoa Jurídica, constituída a partir da experiência de mais de 30 anos do Núcleo de Comunicação MOVIMENTAÇÃO nos Movimentos Sociais e de formação pedagógica, que iniciou sua trajetória com o Curso Prático no Processo da Comunicação, criado na década de 1970, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na cidade do Rio de Janeiro/RJ, e atuando desde 1997, no Estado do Rio Grande do Sul, com as Oficinas de Criação, trabalhando com crianças, jovens e adultos, com atividades lúdicas e de formação teórica e prática em todas as áreas do conhecimento humano.